quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Um companheiro de vida...


Recentemente tive que tomar a decisão de deixar partir o meu cão, companheiro.
É uma decisão difícil, pois queremos que eles fiquem connosco o maior tempo possível. Ao fim de 16 anos, já lhe era difícil estar entre nós.
Fiquei com ele até ao fim, até ao fim ele confiou em nós
Sente-se a perda do nosso animal como um familiar nosso, afinal foram 16 anos de convívio diário, brincadeiras, afetos.
Após ele partir percebi o verdadeiro espaço que ele ocupava na casa, na família, no meu coração.
Tem sido com tristeza que tenho lidado com esta perda, com esta falta. 
Os cães têm esta ligação com os donos, de adoração, dedicação, entrega…
Esta perda foi a ponte para as minhas reflexões; o meu cão foi o meu ensaio para o meu primeiro filho, a dedicação, o cuidado com um ser dependente de nós, a pressa de chegar a casa para o ver e com ele partilhar alegrias; foi um ensaio para a morte, não tendo, felizmente, perdido nenhum ente querido, foi a minha primeira perda, antecipando a dor que sente com a morte, com a saudade; foi um ensaio para a Vida…

Com ele percebi a importância das rotinas na nossa vida, que tanto nos sobrecarregam, mas quando as perdemos, percebemos o quanto nos preenchem, nos distanciam do vazio.
É difícil a decisão de deixar partir, deixar partir com dignidade, deixar partir mantendo ainda um resto de brilho, um resto de alegria, mas com a certeza que a dor será grande.
Fica o vazio, o vazio de um sentimento partilhado com verdade. O tempo levará esta dor, ficarão para sempre as memórias, as alegrias partilhadas com um companheiro que nada pede, apenas o afeto do seu dono…

Grata pela partilha Nemo…grata pela tua vida.

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